Cientistas japoneses afirmam que ‘banho de floresta’ combate doenças
Em matéria do Globo Repórter, informa que o Japão certifica florestas como local de tratamento. A ideia é usar a medicina preventiva para reduzir gastos do sistema público de saúde.
Os cientistas defendem a ideia de que mesmo em uma sociedade moderna, em uma cidade grande, o nosso instinto ainda é o de viver em um estado mais natural. Sem isso, as pessoas sofrem! Estamos sempre prontos para reagir a um perigo que pode surgir a qualquer instante. Ficamos estressados e o nosso organismo fica vulnerável. No Japão, não é mistério para ninguém – se você busca ar puro, tranquilidade, silêncio, não tem caminho mais lógico a seguir do que a natureza.
O que todos nós já ouvimos falar, está sendo confirmado pela ciência: um passeio em um lugar com bastante natureza pode servir de remédio contra várias doenças. É a base da chamada medicina preventiva. E o Japão é um dos lugares onde mais se estuda a relação entre saúde e natureza.
A universidade de Chiba, que fica perto de Tóquio, é o centro desta investigação. O Globo Repórter foi conhecer um destes trabalhos – a pesquisa dos chamados fitocidas – os aromas dos óleos essenciais das plantas e das árvores das florestas.
Pesquisadores medem a pressão arterial e as atividades cerebrais no momento em que se respira um ar comum e repetem a experiência medindo a pressão arterial e a atividade cerebral, enquanto se respira o ar com o aroma da floresta e da árvore do Japão. Após a segunda medição eles fazem a comparação se houve um relaxamento e se houve uma mudança nas funções.
Quando a pessoa que participa desse tipo de experiência fecha os olhos, o fitocida começa a ser liberado – é um aroma leve, bem suave. Do cipreste de Taiwan. E dois minutos depois acaba a experiência. O relaxamento que ocorre no momento em que o fitocida começa a ser liberado.
O repórter pergunta se qualquer perfume não pode provocar o mesmo efeito, mas o pesquisador diz que não: “Cheiros fortes não são bem aceitos. É preciso que o aroma seja sutil e natural”, diz.
Quando mergulhamos em uma floresta, nosso corpo, segundo os pesquisadores, se aproxima de um estado de bem estar que nos deixa mais resistentes.
A natureza é um estímulo aos sentidos: o visual, os sons, o sabor de uma fruta, estar em contato tão próximo com a natureza – isso faz um bem danado e todo mundo sabe. Agora, a explicação científica para tantos benefícios estaria no olfato, nos cheiros que sentimos aqui.
Os pesquisadores da universidade de Chiba já realizaram mais de 50 estudos sobre os fitocidas, envolvendo cerca de 600 voluntários. Primeiro o voluntário da pesquisa observa o ambiente durante 20 minutos. Depois, caminha pela floresta, mais 20 minutos, e novamente observa a natureza por outros 20 minutos. A resposta do organismo à terapia das florestas é surpreendente: redução do hormônio do stress, da pressão arterial, da frequência cardíaca e um aumento de mais de 100% das atividades do sistema nervoso parassimpático – que mede o nível de relaxamento.
O professor Miyazaki diz que o efeito de um bom passeio na floresta ou na montanha sobre o sistema imunológico pode durar até um mês.
Segundo os cientistas, o banho de floresta aumenta o número de células NK – as Natural Killers. Como o nome em inglês já diz, são as células exterminadoras, que surgem na medula óssea e combatem infecções e tumores.